Monday, June 21, 2010

Globitos colocam as garras de fora

Manél-tadeu,  o arauto do jornalismo de opressão! Êta, bola murcha; chutou direto prá fora. Veja o Dunga elegante e articulado: http://www.youtube.com/watch_popup?v=Aeyo32mfwQc#t=73 less than 5 seconds ago 

Friday, June 11, 2010

A Borboleta Negra Rompeu o Casulo




LINDA, a abertura da copa apresentada basicamente por artistas negros e mestiços.  A representante da  A. do Sul foi Shakira com sua dança do ventre. Não teve cantor brasileiro porque o inglês prevaleceu. O Sul-Africano negro fala inglês.
Dois laureados com premio Nobel da paz pela luta contra a opressão aos seres humanos participaram da abertura: Matiba - Nelson Mendela e Desdond Tutu, o pastor anglicano, que afirmou para as câmeras “nós somos o mundo” e “somos todos africanos” dando as boas vindas em várias línguas. A África é apresentada por seus cidadãos de mais alto nível, negros poliglotas  vencedores do prêmio Nobel.
O principal orador foi o arcebisbo anglicano e o grupo mais bonito, o famoso Coro Gospel de Soweto.  A África não se apresentou animista, mas a fé cristã protestante que ensina que o homem veio da África, foi proclamada.
O povo do deserto apresentou sua música ao lado do povo do Mali, do povo das comunidades pobres. A África não se mostrou oprimida, mas politizada e de vanguarda.
O goal mais importante da copa africana não é o das traves, mas o das escolas. Para a  África fazer goal é educar seus jovens.  A África já sofreu o suficiente para saber que realidade é o povo que tem infraestrutura  e futebol é mais um show.  
Viva Bafama! A hora é sua. I gotta feeling.

Thursday, June 3, 2010

50 dias depois e nada de obras??!!


Os locais pobres, onde houve deslizamentos, continuam sem obras...
no bairro rico, a prefeitura anuncia a contenção de encostas ao lado de uma contenção fortíssima atráz dos prédios de luxo...
no parque da cidade, nem a terra foi retirada!

 
A prefeitura não faz nada além de plantar flores e pintar os canteiros da cidade.
UMA VERGONHA! 

Sunday, May 9, 2010

Nosso Alpha

      Oferecendo uma visão geral do cristianismo para todos os tipos de pessoas,  do ateu convicto ao agnóstico cheio de dúvidas, o  ALPHA chegou ao Brasil com o objetivo de explicar a fé, e discutir crenças em todas as suas formas com indivíduos inquiridores. Tendo florescido sob a mão orientadora de Nicky Gumbel, a partir de sua criação em 1990, o ALPHA,  registrado como ONG em Londres, atualmente oferece cursos em mais de 160 países, através de igrejas protestantes, católicas e ortodoxas.
     O inglês Jeremy Lovelace, um ex-corretor da bolsa de valores de Londres e Nova York, atualmente residindo no Rio, juntou-se a equipe ALPHA para ajudar a maximizar o crescimento do curso no Brasil. Apesar de sua experiência no competitivo mercado financeiro, Lovelace prefere usar métodos "mais orgânicos" para a expansão do ALPHA, os quais tem sido usados desde o seu início na década de 90.
     "Os luteranos da região sul e uma igreja no Recife foram os primeiros a oferecer o curso no Brasil", diz Lovelace, "fazendo a tradução do material a partir do Inglês. Agora estamos mais organizados e nossa missão é re-evangelizar o Brasil e transformar a sociedade brasileira."
     Esta pode ser uma sublime ambição, mas a utilidade do curso também está em ajudar pessoas em momentos de incerteza na vida a fazerem perguntas e, consequentemente, descobrirem a fé cristã como uma forma de ajudar a lidar com seus problemas. "Eu estava sob pressão no trabalho, quando o crash do mercado acionário começou até que me deparei com o curso ALPHA. Pela primeira vez  desde que me mudei para Nova York, me senti em paz. "
     O conceito subjacente a este curso é, nas palavras de David Weller, pastor da igreja anglicana Christ Church em Botafogo, que oferece o curso de dez semanas em Português e Inglês, promover amizades através do Cristianismo. O curso atrai pessoas em situações delicadas "Dez anos atrás, abraçamos o curso, o que tem sido particularmente bom para os estrangeiros recém-chegados à cidade, que se sentem isolados e solitários, poderem vir conversar, conhecer pessoas e pensar sobre as grandes questões da vida. "
     Lovelace faz questão de salientar que não existe nenhuma 'pressão' para as pessoas aderirem ao cristianismo e que, normalmente, apenas cerca de 20 por cento das pessoas que fazem o curso, em seguida, tornam-se membros de uma igreja. A idéia é difundir a fé, tanto quanto possível, o que já deixa satisfeito o punhado de grandes doadores que apoiam a ONG.
     No Reino Unido, onde cerca de 2.000.000 pessoas já participaram de um curso ALPHA, a publicidade é feita em cinemas e nas laterais dos ônibus, o que dá um certo sabor das modernas campanhas de marketing ao cristianismo. O resultado foram algumas testas franzidas de setores da mídia, onde alguns membros se mostraram céticos quando ao espetacular crescimento do ALPHA numa sociedade cada vez mais secular como a britânica.     Não há nenhum plano similar para campanhas publicitárias nesta fase do ALPHA no Brasil, na qual Lovelace ainda prefere uma abordagem mais orgânica. "Atualmente, setenta igrejas organizam cursos ALPHA no Brasil e queremos incentivá-las a crescer expandindo seu alcance e realizando eventos de treinamento para envolver novas igrejas", diz ele.
     Ao redor do mundo, cerca de 13 milhões de pessoas  participaram de um curso ALPHA, seja para descobrir, atualizar ou até mesmo descartar inteiramente a crença em Deus. Mas, não importa como o ALPHA seja encarado, ele já é uma das forças mais importantes na difusão do cristianismo hoje em dia.

Alpha é amizade.JPG
                                                                  Eu com um grupo de mulheres do curso ALPHA na Região Oceânica de Niterói.


Para mais informações sobre o curso ALPHA-Brasil, entre em contato com Jeremy Lovelace:  jeremy.lovelace@alpha.org

Tradução de Maysa Monte do artigo  

ALPHA Modern Christianity in Brazil

de Doug Gray, Reporter Senior do 

The Rio TimesNews in Rio de Janeiro, Brazil


Saturday, April 24, 2010

A Estrada Fróes

     Esta via de mão única se estende ao longo da Baía de Guanabara entre o morro e as casas maravilhosas que ficam a beira- mar. Onde estão os tapumes de madeira havia um forte  muro de alvenaria. Do outro lado da rua estava o barranco que desceu, atravessou a rua e derrubou o muro, inundando a casa do iatista olímpico durante a madrugada.
     Minha mão está apontando a marca da altura a que o barro chegou. Fiz esta foto hoje quando ainda limpavam o local e uma turma da prefeitura remendava o asfalto que foi danificado pela avalanche. O mais impressionante é o cheiro forte de podre que sai dos montes de terra e lixo por toda parte. Lá em cima, vê-se o limite da favela do Morro do Cavalão. A Estrada Fróes é como uma fronteira entre dois mundo o dos pobres e os ricos. Um caiu sobre o outro.                                                                                                                          




Alguém prendeu esta bicicleta, que desceu no meio da enxurrada,  no que sobrou da grade da casa. Me pareceu uma imagem emblemática.  


Agora estou usando óculos de grau, que tal?

Sunday, April 18, 2010

Saturday, April 17, 2010

“Coisa gostosa”


Hoje meu marido me deu uma “coisa gostosa” que eu gostei mesmo. Essa tradição aprendi com minha mãe. Toda vez que ela saia trazia uma “coisa gostosa” para mim e minhas irmãs. Naquela época significava uma tortinha da alemã ou um mil folhas. Era demais. Passei a tradição para minha filha. Sempre comprava uma “coisa gostosa” para ela ou um presentinho. Meu marido não teve esse aprendizado na infância, por isso tentei passar para ele, mas ele quase sempre se equivoca. É até engraçado, como ele não entende o espírito da coisa. Quando ele me ouve dizer que estou com vontade de comer uma “coisa gostosa” ele sai e volta com uma coisa que não tem nada a ver. Gosto muito de chocolate mas nunca recheado de fruta, especialmente cítrica. Imagina o que ele traz? Chocolate com recheio de laranja! Mas, hoje ele trouxe chutney de açaí! Engraçado que nem sei direito o que é mas adorei. Eu adoro açaí e o chutney que é uma criação anglo-indiana, serve para dar um toque adocicado a comida, coisa que gosto. Também gostei do potinho, típico do chutney que quer dizer “porção de comida”, outra coisa que sou fá – da porção. Para mim comida tem que vir na porção certa. Gosto de tudo feito com propriedade. Tirei uma foto da “coisa gostosa” junto a um livro que me impressionou. Os contos são simples, mas os temas me surpreenderam. Apesar do autor ser um pastor de 80 anos, suas histórias são bastante provocativas. Ele abre o livro com uma estória (desculpe, prefiro assim, do que a outra com "h") de amor que é quase erótica. Fiquei surpresa, mas gostei, como do chutney, que ainda nem provei. Diria que o livro é uma “coisa gostosa” porque agrada, surpreende e é diferente. Esse sábado promete, literatura local, chutney de açaí, vamos as “coisas gostosas”.  

P.S. Em meio as tragédias, a gente se volta para as coisas simples da vida.

Friday, April 9, 2010

A CASA CAIU


Até o joão- de-barro perdeu a casa...
“Menino soterrado no Morro dos Prazeres buscava um lugar seguro para se abrigar.”
Esta chamada de reportagem sobre a tragédia das chuvas no Rio lembrou-me da minha infância em Nova Aurora, subúrbio de Belford Roxo.
Aquele menino tinha apenas oito anos. A vida mal tinha começado para ele e já foi ceifada, porque a casa caiu. Como ele, muitas outras crianças tiveram suas vidas preciosas e únicas misturadas à lama dos deslizamentos, entrando para a lista dos que morrem de fome, doenças e pela violência urbana, todos os dias, nesta cidade.
A maioria dos que lerão este post é da classe média, pois estes sempre possuem computador e internet. Geralmente, quem é de classe média nunca morou numa casa improvisada, que com qualquer vento mais forte ou chuva pode cair sobre sua cabeça e o soterrar. Pois eu sei muito bem o que é isso. As classes altas moram bem, comem bem, dormem bem, viajam, tem carros, internet, televisão aberta e a cabo, comida light, tem lazer semanal e férias anuais, comem fora, estudam em universidade pública,pintam e cortam o cabelo no cabeleireiro e fazem as unhas também, além das idas ao
SPA e a academia de ginástica. E, sempre voltam para uma casa que não sucumbe ao ataque dos ventos fortes.
Da minha infância pobre em Nova Aurora, até hoje, lembro-me muito bem, do pavor que sentia da minha casa desabar, durante os temporais, que a cada ano se repetia, com a precisão dos respeitados relógios Suíços. O vento começava do nada e eu, ainda nos meus tenros sete anos de vida, já aprendia lições sobre o pavor solitário.
Não teria para onde ir, se a casa viesse a cair, a única saída era apelar para uma santa que, na época, me disseram, nos protegia dos ventos fortes - Santa Bárbara. Minha casa nunca caiu mas vi, lá no alto do morro, uma casa ser derrubada pelo vento, algo indescritível, uma cena apavorante, para uma criança pequena.
Os ricos e a classe média nunca saberão o que é o medo de que a casa caia sobre sua cabeça a qualquer momento, não é mesmo? Entretanto, são estas mesmas classes que detêm a maioria dos recursos do país. São elas que dominam a produção intelectual, a política e que governam quase tudo neste asteróide chamado Brasil – que, infelizmente, não é responsável pelo que ele cativa.
E, aquela rocha rolando em direção a sua casa, esmagando tudo e todos? Já sentiu esse tipo de medo? Pois eu já senti isso também. Na adolescência, morei num barraco que ficava na rota de uma pedra enorme e me dava a impressão que iria rolar a qualquer momento, esmagando minha casa, meus sonhos e, em última instância, a mim mesmo.
Faça chuva ou faça sol, lá estava ela a me aterrorizar. Noite e dia, via aquele monstro cinzento, me desafiando e me causando pavor. Por que eu não saia de lá? Mas, para  onde? O desamparo nos deixa paralisados, mesmo diante da morte iminente. As pessoas não saem das áreas de risco porque, na verdade o maior risco que correm é o de fugir para o nada - o nada oferecido pelo Estado.
E, lama e esgoto passando dentro de sua casa, jorrando como um cachoeira? Já viu isso? Pau, pedra, papel, lama, lata, plástico, fezes era o que se via, a cada chuva forte que caia no Morro do Alemão, meu endereço na adolescência. Lama, lixo e esgoto cruzavam o meu barraco de zinco, madeira mofada e jornal colado na “parede”, para tapar as fendas.
Diante de tragédias como esta de 2010, (foram várias desde o século passado – pessoalmente padeci com a de 1966), que se abateu sobre Niterói, constata-se que a população pobre acaba sendo duplamente vitimada. Na hora do terror, é como se a cidade fosse a mais interessada em pobres do planeta – típico de uma cidade que se omite de fazer o bem, mesmo vendo o mal tomando conta do lugar durante todo o curso do ano: mata e salva, salva e mata, numa esquizofrenia sem fim.
O que ninguém vê ou não quer ver é que estas pessoas pobres, soterradas, enlameadas e des-casa-das, estavam neste planeta, neste asteróide, muito antes da chuva cair – aí está o crime! Eram invisíveis para as classes abastadas e os governantes vazios de valores elevados – se não corruptos, claramente incompetentes; se não incompetentes,claramente despreparados; se não despreparados, claramente perdidos num gerenciamento para o qual não se preparam para exercer.
A moça sepultada nos escombros era sua faxineira. O rapaz cortava sua grama, era seu lixeiro ou seu pedreiro, a senhora era sua babá, sua cozinheira, sua passadeira ou sua manicure. O mesmo favelado mal educado e sem educação é o que faz a sua vida funcionar – bem barato, é claro.
Quem é altruísta de verdade, o é o ano todo, não só nas hecatombes. Favelas (e encostas) e pobres estão aí o ano todo, não só no carnaval e nas calamidades. Basta olhar com cuidado ao seu redor, para cima no alto do morro, para baixo nos grotões, para os lados a sua volta.
A educação pode salvar muitas vidas. Não adianta só criticar os favelados por
permanecerem em locais de risco, nas encostas íngremes. Não adiante dizer que é porque são preguiçosos, ignorantes ou porque querem ou gostam de bagunça mesmo. Estas teses não explicam e nem resolvem o problema, na verdade só o agravam.
Ninguém, em sã consciência, quer morar numa casa em situação de risco, porque quer morrer. O valor do lar, do cantinho privado, mesmo que seja um barraco furado, sujo e horroroso, como aquele em que morei parte da minha vida, é maior que a perda da vida - a morte. A dignidade não está na grandeza da moradia que temos, mas dentro do nosso coração como um valor inalienável, a não ser pela morte. 
Temos, sim, que ajudar a educar a atual geração das comunidades populares (favelas), suas crianças e adolescentes, para que possam fazer escolhas corretas para a vida,quando chegarem à idade da decisão – que na realidade de uma comunidade popular é agora e prá hoje. Para que possam, no futuro, construir sua casa e sua família com dignidade, sem colocar em risco sua integridade física e de sua família, de forma irreversível. Isso tem que ser possível num país decente, só que não tem sido possível neste asteróide em que vivemos hoje.
Contudo, esta não é uma tarefa para ser feita com espasmos de altruísmo e/ou heroísmo,como sempre se vê nas cidades e nesse país, mas tem que acontecer todo dia, toda hora, dia e noite, de forma avassaladora. Para isto, é preciso renunciar a um monte de privilégios dos quais, em geral, você não abre mão, porque é mais fácil esperar por alguma oportunidade para, de tempos em tempos, mostrar a sua grande bondade.
Ficamos chocados quando morrem muitos de uma só vez, mas o genocídio nesta cidade é diário, chova ou faça sol...Quantos mesmo, por 100 mil por ano? O crime é esse. Já existem ciência, tecnologia, sistemas de gerenciamento integrado e capital humano para evitar essas tragédias ou, na pior das hipóteses, mitigar os efeitos, como desta que se abateu sobre o Estado do Rio de Janeiro.
A natureza sempre avisa o que vai fazer. As grandezas físicas que controlam o clima e o tempo formam sistemas dinâmicos, altamente não lineares, com possibilidade de caos – significando, que pequenas mudanças nas condições iniciais, podem causar grandes mudanças no estado final do sistema. Cabe aos homens a competência de lançar mão da tecnologia para avaliar um cenário de risco no clima ou no meio ambiente. Para isso temos todo tipo de ferramentas estatísticas, matemáticas, computacional e tecnológicas - como satélites, balões, aviões especiais e radares metrológicos - para fazer previsões
precisas e salvar vidas.
Agora me pergunto, o que seria desse estado se, simultaneamente a um evento de chuva forte, tivéssemos um evento nuclear na usina de Angra dos Reis, quem iria gerenciar a crise? Pelo visto, mais uma vez seria o Dr. Caos.
Culpar a chuva, pelo estrago visto e vivido por todos nós é, no mínimo, uma atitude muito feia dos governos local e central, e é um crime contra os que morreram em vão.
Só resta ao MP e demais órgãos de defesa da população acompanhar muito de perto o desenrolar desse evento catastrófico, tomando as medidas que lhes são prerrogativas de Estado, para que uma perda desta magnitude nunca mais ocorra neste país, por negligência do Estado Brasileiro seja de que partido for.
Urge uma mudança imediata de postura da sociedade brasileira para com as condições de vida nas comunidades populares. Num giro pelos subúrbios do Rio, pelos “Bumbas” de Niterói e por São Gonçalo é apavorante o descaso das autoridades para com estas áreas. Quando se passa, por exemplo, pelo Jardim Catarina via RJ104 ou pelo Jacarezinho descendo a Av. Dom Elder Câmara é como se estivessemos em Mogadício.
De metrô, da estação Carioca até Del Castilho, passando pela Mangueira, Triagem, Jacarezinho e Maria da Graça tem-se uma verdadeira “Rota da Desesperança” de tanta favela, lixo e abandono. Quando chove nestas áreas é um verdadeiro caos, por causa do volume assustador de lixo nas ruas e córregos. E ainda querem me convencer, que a culpada da tragédia das favelas é a chuva?!!
Termino, fazendo duas observações e uma conclusão. É gritante o caos governamental que se estabelece em tempos de crise. Em plena era da comunicação com blog, Orkut,Twiter, Facebook, email, texting, etc., é grande a falta de cultura de segurança, de efetivo treinado, de equipamento apropriado como simples bombas para drenar o excesso d’água, enfim, de coordenação geral linkada com a população e de pulso firme – ah, disso não posso falar, porque o governo permitiu um jogo de futebol no maracanã
mesmo neste caos. E os bombeiros, como sempre heróicos, dando o suor e a vida para mitigar as lambanças do poder público, salvando quantos podem salvar, mas não todos...
No fundo, o que importa mesmo é fazer tudo certo...antes da chuva e antes da casa cair!

Reproduzido do site de: 

Prof. Dr. Altair Souza de Assis
Físico de Plasma, Prof. Titular de Métodos Matemáticos da UFF, Ex- Diretor de
Segurança da CNEN, Ativista de Direitos Humanos, Especialista em Violência
Urbana e Presidente da ONG CCDIA

Thursday, April 8, 2010

Chega de Burrice!




"A gente não é burro desse jeito;a gente não é pobre desse jeito. Por que passarmos um vexame desse jeito?" ouvi o geógrafo 
Moacir Duarte desabafar na televisão. "O Rio tem gente capaz e recursos suficientes. O que falta é capacidade administrativa 
para sincronizar os serviços para a população. A tragédia do Rio não é culpa da chuva mas fruto de incompetência 
das autoridades. Um conglomerado de gente como o do Rio tem que ter um plano de emergência permanente".




Fora das emergências, das Olimpíadas e copas, Niterói tem que ter infraestrutura básica adequada. Depois 
desta conquista vem a manutenção com equipamento e tecnologia atualizada. É para isso que existe 
a Prefeitura e seus funcionários! 


Moacir, lista ainda algumas soluções que já poderíamos ter: Um núcleo de informação para a população ser avisada de emergências, 
instalação de nobreak em locais estratégicos, uso de Gps pelos agentes de trânsito oferecendo alternativas 
aos motoristas, preparo de kits com remédios especiais para situações de emergência, estabelecimento de protocolos 



específicos para emergências etc.

O que Moacir quer dizer é: vamos deixar de ser burros e vamos nos organizar para retomar o poder das mãos dos políticos 
corruptos e fazermos nós mesmos com que esta cidade funcione. Vamos exigir que a infraestrutura seja instalada, aperfeiçoada 
e mantida em funcionamento. Não importa se a chuva for muita ou pouca a Prefeitura tem que fazer frente a ela. 
Que os engenheiros estudem os casos e façam as correções nas ruas e encostas. Que façam trocas de tubulações até que 
a rede fluvial e de esgotos e água funcione para a nossa região.É para isso que todos contribuimos financeiramente.


Torben Grael tornou-se um heroi frustrado, quando ficou horas esperando que alguma autoridade respondesse 
ao seu pedido de socorro e teve que ver o rapaz que foi empurrado pelo barranco para o seu quintal, 



morrer sem receber ajuda. Junto com ele uma centena de cidadãos pobres que improvisaram a moradia nos morros e que poderiam ter sido retirados 
 para as escolas ou abrigos que tivessem sido preparados com, pelo menos colchonetes, cobertores, chuveiros, material de higiene pessoal, alimentos, água e pessoal de apoio. As pessoas não saem de seus barracos porque não são guiadas apropriadamente 
para salvar suas vidas. O governador e os prefeitos do alto de sua riqueza e conforto acusam os pobres de serem culpados 
por sua tragédia. "Parem de construir em áreas de risco", ordenam. Hipocrisia de classe média!!

Semana que vem os moradores dos condomínios vão começar a dar falta destes indivíduos que desapareceram. 
O pobre favelado que morreu era seu jardineiro, sua empregada, sua faxineira,seu motorista, seu porteiro, sua babá, sua cosinheira, seu aluno 
na escola pública, a filha de sua passadeira, seu pedreiro, o adolescente que varre sua calçada, 
o entregador da farmácia, o rapaz que tráz o galão de água, o seu fornecedor de drogas predileto.


A gente é burro sim, porque não enxerga um palmo além do nariz. Não vê as pessoas ao nosso redor, dentro das nossas casas, 
não sabe que meninas de 10 anos são mãe no morro do estado, que famílias não tem banheiro nos barracos da Grota, 
que tem gente na região oceânica que nunca foi ao Rio. A gente é mais pobre sim, mais que o pobre da favela

porque nós somos formados, bem alimentados e viajados. Nós é que deveríamos estar fazendo as transformações 
na cidade. Voluntariamente. Por prazer, por altruísmo, por obrigação cristã e cívica. 


Sim, Moacir, neste 7 de abril, passamos um vexame 
diante do país e diante do mundo todo. Mais que vexame, precioso sangue foi derramado inutilmente, em nossa cidade. 


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