Thursday, April 8, 2010

Chega de Burrice!




"A gente não é burro desse jeito;a gente não é pobre desse jeito. Por que passarmos um vexame desse jeito?" ouvi o geógrafo 
Moacir Duarte desabafar na televisão. "O Rio tem gente capaz e recursos suficientes. O que falta é capacidade administrativa 
para sincronizar os serviços para a população. A tragédia do Rio não é culpa da chuva mas fruto de incompetência 
das autoridades. Um conglomerado de gente como o do Rio tem que ter um plano de emergência permanente".




Fora das emergências, das Olimpíadas e copas, Niterói tem que ter infraestrutura básica adequada. Depois 
desta conquista vem a manutenção com equipamento e tecnologia atualizada. É para isso que existe 
a Prefeitura e seus funcionários! 


Moacir, lista ainda algumas soluções que já poderíamos ter: Um núcleo de informação para a população ser avisada de emergências, 
instalação de nobreak em locais estratégicos, uso de Gps pelos agentes de trânsito oferecendo alternativas 
aos motoristas, preparo de kits com remédios especiais para situações de emergência, estabelecimento de protocolos 



específicos para emergências etc.

O que Moacir quer dizer é: vamos deixar de ser burros e vamos nos organizar para retomar o poder das mãos dos políticos 
corruptos e fazermos nós mesmos com que esta cidade funcione. Vamos exigir que a infraestrutura seja instalada, aperfeiçoada 
e mantida em funcionamento. Não importa se a chuva for muita ou pouca a Prefeitura tem que fazer frente a ela. 
Que os engenheiros estudem os casos e façam as correções nas ruas e encostas. Que façam trocas de tubulações até que 
a rede fluvial e de esgotos e água funcione para a nossa região.É para isso que todos contribuimos financeiramente.


Torben Grael tornou-se um heroi frustrado, quando ficou horas esperando que alguma autoridade respondesse 
ao seu pedido de socorro e teve que ver o rapaz que foi empurrado pelo barranco para o seu quintal, 



morrer sem receber ajuda. Junto com ele uma centena de cidadãos pobres que improvisaram a moradia nos morros e que poderiam ter sido retirados 
 para as escolas ou abrigos que tivessem sido preparados com, pelo menos colchonetes, cobertores, chuveiros, material de higiene pessoal, alimentos, água e pessoal de apoio. As pessoas não saem de seus barracos porque não são guiadas apropriadamente 
para salvar suas vidas. O governador e os prefeitos do alto de sua riqueza e conforto acusam os pobres de serem culpados 
por sua tragédia. "Parem de construir em áreas de risco", ordenam. Hipocrisia de classe média!!

Semana que vem os moradores dos condomínios vão começar a dar falta destes indivíduos que desapareceram. 
O pobre favelado que morreu era seu jardineiro, sua empregada, sua faxineira,seu motorista, seu porteiro, sua babá, sua cosinheira, seu aluno 
na escola pública, a filha de sua passadeira, seu pedreiro, o adolescente que varre sua calçada, 
o entregador da farmácia, o rapaz que tráz o galão de água, o seu fornecedor de drogas predileto.


A gente é burro sim, porque não enxerga um palmo além do nariz. Não vê as pessoas ao nosso redor, dentro das nossas casas, 
não sabe que meninas de 10 anos são mãe no morro do estado, que famílias não tem banheiro nos barracos da Grota, 
que tem gente na região oceânica que nunca foi ao Rio. A gente é mais pobre sim, mais que o pobre da favela

porque nós somos formados, bem alimentados e viajados. Nós é que deveríamos estar fazendo as transformações 
na cidade. Voluntariamente. Por prazer, por altruísmo, por obrigação cristã e cívica. 


Sim, Moacir, neste 7 de abril, passamos um vexame 
diante do país e diante do mundo todo. Mais que vexame, precioso sangue foi derramado inutilmente, em nossa cidade. 


http://picasaweb.google.com.br/maysamonte/SOSPENDOTIBANITEROI02?feat=directlink
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