Tuesday, June 25, 2013

"Primavera Tropical" no Inverno Brasileiro
O despertar da sociedade brasileira para os direitos civis entre eles o de ursufruir de serviços públicos a partir do pagamento de impostos me trouxe de volta a este espaço livre de compartilhamento de idéias. Uma coisa que me atraí muito é o conceito de transparência nas instituições. Deve ser porque aqui no Brasil o oposto é forte na cultura. As pessoas tem uma espécie de vergonha de perguntar. Há uma preferência pela aparência que nem sempre corresponde a realidade das coisas. O impressionante é como isto impregna a moral e até a interpretação da lei que é muito detalhista mas pouco aplicada.
Neste tempo de manifestações, estou tentando entender a cabeça das pessoas. Quando estou nos EUA, por exemplo, vejo a lei ser aplicada igualmente a todos, seja um estudante universitário de bicicleta ou uma atriz famosa de carrão. Por lá, as pessoas tem uma noção precisa do que a lei manda e quando a lei foi quebrada. E quem não cumpre a lei vai para a cadeia na hora.  
"Bandido tem que ir para a cadeia!" é uma das frases que tem sido muito usada nestes dias de protesto  por cidadãos das comunidades, aparentemente sem muita educação formal e por cidadãos  da classe média aparentemente educados, por pobres e ricos, por cristãos e não-cristãos. Então, parece que todos concordam. Agora só falta identificar os bandidos: No.1 adolescentes  vândalos no.2: traficantes de drogas da classe média no.3 bicheiros que mantém bancas nas esquinas da cidade, no.4 estelionatários, ladrões e outros criminosos que moram nos condomínios, citando indivíduos próximos a minha realidade. Não tenho acesso a conta do Maluf para dizer se ele é ladrão mesmo, nem a da Ivete Sangalo para dizer se ela aceitou 600 mil reais para cantar na inauguração de um hospital publico, não estava no aeroporto quando pegaram o político com dinheiro na cueca, nem quando o turista burlou os fiscais no aeroporto, assim não posso colocar nenhum deles na lista.  Fica a minha sugestão de alguns meliantes para meus amigos do face que acham que bandido tem que ir para a cadeia completarem. Na verdade não ousei colocar este post no facebook porque sei que o brasileiro não é acostumado a ser confrontado como acontece na cultura americana. Seria muito difícil para um brasileiro trabalhar no CSY ou no hospital da série Grey's Anatomy porque quem presta atenção aos programas vê que o modo do americano trabalhar é bem direto. Tanto os técnicos e policiais quanto os médicos e pacientes dialogam com lógica e verdade sem que ninguém se milindre.
Aqui temos o mito do país "cordial" que na verdade remete a uma sociedade medrosa, não confrontativa, que ri mesmo quando está descrevendo uma coisa triste e que diz na televisão que vai mandar o bandido para a cadeia mas que omitea palavra TODO.
É esse o Brasil que eu quero ver. Um país onde TODO BANDIDO tem que ir para a cadeia.

Monday, February 25, 2013

Aprender inglês é mais fácil do que aprender corte e costura

O dinheiro não compra um Oscar, nem uma medalha olímpica e também não compra o poder de falar linguas estrangeiras num passe de mágica. Tem que estudar mesmo, assim como um atleta tem que treinar para ganhar medalha.
Até a modelo que usa soutien de brilhantes vai ter que estudar se não quiser continuar falando inglês tipo português de Luis Inácio.
Ah, e mais um detalhe falar errado cheia de confiança e pose ainda soa errado. Ser simpático não conserta os erros. Ter residência em NY não equivale a falar inglês bem.
Quem não sabe que falar inglês não é nada disso acima, provavelmente fala um inglês quebrado. Erros de pronúncia, acentuação e concordância soam tão mal em inglês quanto nóis vai, pobrema e montonha em português.
No Brasil, um português defeituoso é aceito em todas as camadas da sociedade até na presidência. Nos países de língua inglesa falar errado é inaceitável, as pessoas simplesmente não conseguem entender um discurso fora da norma. Para um americano, falar errado equivale a ter uma defíciência mental ou educacional; é inadimissível, estranho.
A criança aprende desde pequena a se comunicar bem, a saber o significado das palavras. A falar diante de um grupo. Existem competições para soletrar e debater.  O estudo do inglês é incluído em todos os cursos. Os universitários tem aula de retórica e de como falar em público.
Às portas da Copa e das Olimpíadas, o Brasil está tentando estabelecer sua vocação para o turismo e para tal, falar inglês é imprescindível. Mas vamos começar pelo começo aprendendo de uma vez por todas a diferença entre guia turístico (o livro) e guia de turismo (a pessoa).
Acho que está na hora de fazer uma musiquinha para a campanha na tv depois da do xixi. Lá,lá,lá,lá,lá o guia de turismo vai nos guiar....       

Sunday, February 24, 2013

Hot dog sem maionese


Alguns anos atrás, acompanhei um grupo de estudantes numa visita aos EUA. Toda vez que íamos comer um deles pedia que eu traduzisse "sem cebola". O rapaz se achava descolado e me deu muito trabalho, mas não conseguia aprender a dizer "no onions" para explicar sua preferência numa situação real.
Quando estava na Croácia me incomodava muito o fato de não entender os sons que saiam da boca das pessoas. Dois seres da mesma espécie deveriam poder se comunicar, por isso a barreira linguística causava um incômodo psicológico diante da impossibilidade.
Acho que não há quem não saiba o que é um hot-dog. Mas, aquele primeiro lanchinho em NY pode ser o estraga prazer linguístico que você não esperava, afinal você evoluiu tanto que está no exterior e o vendedor atrás do balcão se parece com o rapaz da padaria da esquina de casa, mas basta que ele se volte para você e diga onionscoleslawredpepperrelishpickles para que você imediatamente descubra que existem mais 5 palavras relacionadas com rotidógui que podem incrementar seu sanduiche.
Na cena, em um comercial de curso de inglês, o subtítulo traduz o meu condimento predileto - relish como vinagrete. Quem fizer inglês ali vai ter a decepção extra de descobrir que relish é uma conserva adocicada feita com pepinos totalmente diferente do vinagrete de tomate, pimentão e cebola do churrasco brasileiro.
Eu sei, eu sei, é difícil ensinar língua estrangeira quando não se sabe a língua nacional ou quando marqueteiros se colocam acima da língua, dos dicionários, da cultura etc.
No meu cachorro-quente também não entra chucrute mas cole slaw é uma saladinha de repolho deliciosa que o aluno vai deixar de provar por causa da tradução errada.
Quem não passou pela experiência em NY basta ligar a tv a cabo e escolher o audio em inglês ao invés de português. Gente como é bom não ter aquelas letrinhas passando na frente da cara do ator! Imagina uma novela com um monte de palavras passando em croata na tela? Não seria irritante? Se você tem que ler, você está perdendo metade do significado. É a risada que acontece depois da cena no cinema ou a risada dada no momento errado por causa da tradução imperfeita.
Citei apenas umas coisinhas para mostrar a importância das Letras. A língua é a base da cultura dentro da qual um povo se desenvolve. Precisa dizer mais alguma coisa? É aceitável um chefe que estado que não sabe falar inglês ou pior ainda não domina a língua do povo que pretende liderar?
Numa das temporadas que passei nos EUA, tinha acabado de chegar do aeroporto e estava zonza e sem vontade de responder às perguntas que os atendentes fazem. Fui comer um sanduiche e o rapaz começou a apresentar uma lista de opções: alface? cebola? milho? etc, etc e eu que não conseguia me concentrar respondi apenas: sem maionese. Estava numa dieta que me proibia maionese mas acabei gostando da resposta e passei a usar a frase " no maionese, please" sempre que tivesse a ver com comida sem importar se estivessem perguntando se era para comer ali ou para levar. O vendedor ficava um pouco confuso mas no final eu acabava recebendo alguma coisa gostosa e acima de tudo...sem maionese.          

cebola chucrute pimenta vinagrete picles